Todos temos medo da intimidade, mas nem todos temos consciência deste medo. Intimidade significa exposição de nós mesmos a alguém e esse alguém muitas vezes é um “estranho”, que por mais que se ache que se conhece, há muita coisa que não é dita e há muita coisa que não é partilhada.

Todos nós andamos a esconder mil e uma coisas não só dos outros mas de nós mesmos! Fomos ensinados assim, a ficar na defesa devido a toda a espécie de inibições, repressões e tabus. Parece sempre mais seguro manter uma ligeira defesa, uma pequena distância daquilo que me deixa vulnerável.

Todos queremos intimidade, pois ela é uma necessidade básica, no entanto todos fugimos dela, pois ninguém quer deixar cair as suas defesas e ficar em absoluta nudez e sinceridade. Até a nudez física é difícil de manter para algumas pessoas, quanto mais a nudez daquele que nós somos.

Quantos de nós confiam os segredos mais íntimos ao outro com quem partilha a intimidade, quantos de nós diz aquilo que está a sentir sem medo que o outro fique magoado? Se há intimidade deveria existir espaço para a escuta, para a compreensão e para a adequação de comportamentos quando as coisas não estão bem. Deveria existir menos medo…

Nem todos somos o que aparentamos  e o primeiro passo para que haja intimidade é aceitarmo-nos tal como somos e a partir daí fazer escolhas e aceitar as consequências que elas vão trazer. A simplicidade de nos permitirmos  ser íntimos de alguém e abrirmo-nos por completo vai fazer o outro também sentir prazer na simplicidade, na inocência, no amor, na fraqueza.

Se o outro aceitar essa tua simplicidade e fragilidade mostra que também ele é simples e frágil, condições inerentes ao ser humano .

Só quando duas pessoas se tornam íntimas é que deixam de ser estranhas. E é uma experiência lindíssima descobrir que não és só tu que estás cheio de fraquezas, mas o outro também.

E é quando amas essas fraquezas que amas o outro mais um bocadinho.

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